Laura de Jesus






somos de feras e vítimas,
inocentes ou culpados
inventamos o destino das lágrimas,
as margens sem pontes


já não me lembro quantos os dias
ou quantos os meses
ou quantas as esperas
ou que tempo foi esse de escusas
de mentiras e quimeras


que o destino nos traça linhas
nos traça caminhos
nos indica atalhos, nos baralha
nos confunde de distância.
(digo "nos" quando sei ser me.)

que importa agora a reticência fora do lugar
a questão sem resposta
o envelope amarelo poisado na tua invenção
e nem a meta ou objetivo que havia
na ironia.

Por ti eu fiz e fazia o mesmo:
percorrer o mundo e deixá-lo às avessas
para te encontrar o olhar perdido nas serras
nos verdes que esgaçam o mar, por ti trazia o mar.

mas os objetivos eram apostas.
que o Deus com quem casaste não partilha
Aposto que hoje és feliz.
E aposto que me sentes feliz.
E que até tens inveja
(-aposto uma grade de cerveja)

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